Anteontem, véspera de ter sido eleito o Melhor Treinador do Mundo, José Mourinho deu, no Santiago Bernabéu, mais uma prova – como se fosse preciso! – de que não é o melhor apenas em teoria, mas sim no local onde as pernas tremem, a cabeça hesita e as coisas acontecem: no banco.
Duas vezes na situação de desvantagem, o Real Madrid foi para intervalo já empatado, apenas porque o talento de Ozil fez uma assistência perfeita para o primeiro tento e o génio de Cristiano – o “Cristo del gol”, como se lhe chamou no diário “Marca” – arranjou maneira de ir “lá acima” e de se antecipar de cabeça para o 2-2.
No segundo tempo, Mourinho abriu o livro: deixou o desinspirado Lass Diarra no balneário, mudou o desastrado Albiol para lateral e substituiu-o por Kaká no momento certo para arrancar para a vitória, trocou Benzema por Gago para garantir o resultado e deu o seu show individual para “acabar” com os nervos dos adversários.
Ontem, em Zurique, recebeu apenas mais um prémio. O melhor já tinha ele feito na noite de domingo.
Passe curto, crónica a publicar na edição impressa de Record de 11 janeiro 2011