Alexandre Pais

Conselhos de mãe, no caso a mãe de António Costa

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Pedro Passos Coelho, confesso “homem remediado”, frequentador de supermercados e fã da praia da Manta Rota, não desiste da sua luta contra os reformados. E depois do discurso da rentrée, em que garantiu respeitar a decisão do Tribunal Constitucional que rejeitou a contribuição de sustentabilidade e o mandou estar quietinho com as pensões, volta agora à carga contra os do costume.
No debate da semana passada, na Assembleia da República, o primeiro-ministro tirou da cartola uma boa notícia, em ano eleitoral, para meio milhão de aposentados: em 2015, acabaram-se os cortes, ou seja, o Estado irá buscar 600 e tal milhões de euros sabe-se lá onde e a quem.
Mas meio milhão de votos potenciais não lhe evitam a derrota nas próximas legislativas, pelo que Passos Coelho anunciou também que irá continuar a taxar as reformas, contributivas ou não, acima de 5 mil euros. Com isso, poupa poucos milhões de euros e perde os escassos milhares de votos dessas vítimas recorrentes, mas julga ir buscar muitos mais puxando pela inveja social daqueles que gostam de ver roubados os que vivem melhor do que eles.
Resta aos injustiçados a esperança de que António Costa vença as eleições de 2015 e que o desejo de sua mãe, Maria Antónia, revelado na noite da vitória nas primárias – o de o ver repor TODAS as reformas – resulte já de um consenso familiar. Óbvio? Hum… veremos.
Observador, Sábado, 2OUT14

Por Alexandre Pais
Alexandre Pais

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