Alexandre Pais

Competência em Udine foi igual à de Madrid

C

 

O mau começo de época do Real Madrid teve na última quarta-feira um fim – ou uma interrupção, veremos – com a conquista do 20.º título de José Mourinho, o terceiro ao serviço dos merengues.
Para ser sincero, esperava que isso acontecesse, pois um insucesso madridista provocaria grandes estragos na imagem de competência dos seus técnicos e jogadores. Porque aos adeptos do Real interessam pouco, por exemplo, os 5 pontos de atraso na Liga para o Barça, desde que aqueles que são pagos para isso resolvam o problema que criaram. Neste caso, a derrota em Nou Camp teria de ser resolvida com a conquista da Supertaça.
E como foi “enganada” uma vez mais a superioridade do Barcelona? Primeiro, com a classe de Iker Casillas, que evitou a goleada na partida da primeira mão. Depois com o talento de Di María, que iludiu Valdés e repôs a diferença mínima ao cair do pano, marcando um precioso segundo golo no campo do adversário. A seguir, já em Madrid, com a assistência soberba de Pepe, o calcanhar genial e a finalização implacável de Cristiano, e outra vez com Casillas, claro. Ou seja, na hora em que nada mais conta, deu-se a subida da competência à linha da frente para decidir a sorte das coisas. Se não existisse essa competência, adeus ó vindima.
Curiosamente, tínhamos visto na véspera, em Udine, outro sinal dessa competência, dado então pelo Sp. Braga. Em desvantagem no marcador, os minhotos partiram na segunda parte para cima da baliza italiana em busca do golo que daria o prolongamento. Conseguiram-no, perante a plateia hostil, graças a um momento de inspiração de Mossoró, a uma cabeçada certeira de Rúben Micael e à atitude coletiva. E chegaram às grandes penalidades para, de cinco, não falharem uma. 
Estão assim os bracarenses na Champions, com 8 milhões de euros no bolso. Não foi por acaso. Se olhamos para o banco, vemos José Peseiro e Fernando Couto, não vemos patetas. A competência nem sempre ganha, é verdade, mas sem ela, hoje ou amanhã, a derrota é certa. 


O mau começo de época do Real Madrid teve na última quarta-feira um fim – ou uma interrupção, veremos – com a conquista do 20.º título de José Mourinho, o terceiro ao serviço dos merengues.

Para ser sincero, esperava que isso acontecesse, pois um insucesso madridista provocaria grandes estragos na imagem de competência dos seus técnicos e jogadores. Porque aos adeptos do Real interessam pouco, por exemplo, os 5 pontos de atraso na Liga para o Barça, desde que aqueles que são pagos para isso resolvam o problema que criaram.

Neste caso, a derrota em Nou Camp teria de ser resolvida com a conquista da Supertaça.

E como foi “enganada” uma vez mais a superioridade do Barcelona? Primeiro, com a classe de Iker Casillas, que evitou a goleada na partida da primeira mão. Depois com o talento de Di María, que iludiu Valdés e repôs a diferença mínima ao cair do pano, marcando um precioso segundo golo no campo do adversário. A seguir, já em Madrid, com a assistência soberba de Pepe, o calcanhar genial e a finalização implacável de Cristiano, e outra vez com Casillas, claro.

Ou seja, na hora em que nada mais conta, deu-se a subida da competência à linha da frente para decidir a sorte das coisas. Se não existisse essa competência, adeus ó vindima.

Curiosamente, tínhamos visto na véspera, em Udine, outro sinal dessa competência, dado então pelo Sp. Braga. Em desvantagem no marcador, os minhotos partiram na segunda parte para cima da baliza italiana em busca do golo que daria o prolongamento. Conseguiram-no, e perante plateia hostil, graças a um momento de inspiração de Mossoró, a uma cabeçada certeira de Rúben Micael e à atitude coletiva. E chegaram às grandes penalidades para, de cinco, não falharem uma. 

Estão assim os bracarenses na Champions, com 8 milhões de euros no bolso. Não foi por acaso. Se olhamos para o banco, vemos José Peseiro e Fernando Couto, não vemos patetas. A competência nem sempre ganha, é verdade, mas sem ela, hoje ou amanhã, a derrota é certa. 

Canto direto, publicado na edição impressa de Record de 1 setembro 2012

 

Por Alexandre Pais
Alexandre Pais

Arquivo

Twitter

Etiquetas