Um dia, na redação do ´Record’, perguntei a Van der Gag, então treinador do Belenenses, porque não jogava fulano no lugar de cicrano. Respondeu o holandês: “Para não perder o balneário”.
Calculo como sofrerá hoje, como adjunto no Manchester United, ao ver o chefe e compatriota fazer o contrário. Ten Hag começou por se desentender com Cristiano Ronaldo e não se ficou por aí: não quis De Gea, dispensou igualmente Elanga, destituiu Maguire de ‘capitão’, suspendeu Jadon Sancho e afastou Varane. Pelo meio, sucessivas tentativas de humilhação levaram CR7 a dar a famosa entrevista a Piers Morgan e a deixar o clube.
Ten Hag não percebeu que a saída de Cristiano deixaria a semente da desconfiança no técnico num balneário que conta com os portugueses Dalot e Bruno Fernandes, os ex-companheiros do Real Madrid, Casemiro e Varane (este também já em rutura com o treinador), e ‘incondicionais’ de CR7 como Antony, Rashford ou Garnacho – é muita gente! Resultado: o MU segue longe dos lugares europeus na Premier, viu-se fora da Champions e até do acesso à Liga Europa, e foi eliminado da Taça da Liga.
Sem a inteligência de Roberto Martínez ou de Luís Castro, Ten Hag não soube aliar-se àquele que, tendo sido o melhor jogador do Mundo, ainda é um dos melhores jogadores do Mundo – e goleadores: 50 remates certeiros em 2023. Agora, é uma questão de tempo, o ‘cabeça de ovo’ será despedido. Não deixará saudades, bye.
Bye bye, Ten Hag
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