Os Globos de Ouro constituem
uma excelente iniciativa que devia levar a que mais grupos e instituições
distinguissem igualmente o mérito e as carreiras. Não somos muitos, nem tão
maravilhosos assim que possamos dispensar o incentivo do reconhecimento.
Só é pena que os prémios da
SIC pouco ultrapassem as “fronteiras” da estação, caindo na pecha nacional dos
“sempre os mesmos” e suscitando, também por isso, a indiferença dos “outros”.
Ausências como a de José Mourinho provam que os Globos precisam de subir mais
um degrau na escala da utilidade, ou seja, têm de ser entregues numa cerimónia
a que não se falta porque com isso se alcança um estatuto.
Ao contrário, presenças como
a dos actores brasileiros Débora Falabella e Murilo Benício, protagonistas de
“Avenida Brasil”, eram dispensáveis, já que a sobranceria da sua atitude –
tanto nas entrevistas na passadeira vermelha, como no palco, e no rápido
“desaparecimento” da sala – não merecia os salamaleques que receberam.
Mas isso já ultrapassa a SIC
– são as criaturas que são malcriadas e pronto.
Antena paranóica, publicado na edição imresa do Correio da Manhã de 26 maio 2013