O “Big Brother” é um filão
inesgotável? Não é. Desaparecerá como tudo aquilo que o tempo tem o poder de
aniquilar. Mas teria já os dias contados em Portugal se a batalha da educação,
ao contrário do que nos pretendem fazer crer, se não tivesse perdido.
Dir-me-ão que jovens
licenciados partem diariamente para o estrangeiro em busca de trabalho e de um
país que mereça as suas mentes brilhantíssimas. Acredito, mas não é a esses
privilegiados, pelo berço ou pelo efetivo mérito das suas capacidades que me
refiro, antes à mole imensa de jovens ignorantes forçada a abandonar as aulas
por falta de condições ou de simples cultura de vontade e de ambição.
O suposto êxito escolar entre
nós continua seletivo e sem a sua real massificação continuaremos a marcar
passo. Afastados do conhecimento, seremos, por longos anos, campo de uma
labreguice sem fim, onde “Big Brothers” e quejandos crescerão como cogumelos.
Esta edição VIP (?) da TVI
prossegue com a ordinarice pegada. Como é gente melhorzinha, o programa é ainda
mais perigoso, é já castigo de Deus.
Antena paranóica, publicado na edição impressa do CM de 11 maio 2013