Pronto, tenho de me conformar: o Belenenses vai, uma vez mais, descer de divisão. E não foram, ao contrário do que já ouvi, as últimas vitórias de Leixões, V. Setúbal e Olhanense, e a derrota dos azuis frente ao FC Porto, que precipitaram a situação. Não, o problema está na equipa, que não joga nada.
Também não me venham com a história dos jogadores, que não são melhores nem piores que os do Paços, do Olhanense, da Académica ou da Naval, por exemplo, e são, aliás, os mesmos que empataram no Dragão e em Alvalade, e que só não eliminaram da Taça de Portugal o FC Porto porque quando o azar tomba para algum lado é sempre para o do Belenenses.
A culpa é, sim, da direção do clube do Restelo, que tem feito coisas positivas mas não soube escolher os treinadores. Com a época em risco, então, a opção por Toni brada aos céus. Toda a gente sabia o que ia acontecer. Até porque os números não mentem: em 23 jogos nos últimos três clubes da Liga principal – Setúbal, Trofense e Belenenses – o técnico soma 3 vitórias, 3 empates e… 17 derrotas! Como ainda querem contratá-lo para a Liga de Honra… vai ser ir e por lá ficar.
Passe curto, a publicar na edição impressa de Record de 30 março 2010
Nota – Alguns leitores chamam-me a atenção para o currículo do treinador Toni… para além da Liga principal. É verdade que ele tem, nos escalões secundários, como na Roménia, alguns êxitos. Mas o que se duvida é que disponha no Belenenses, depois do percurso catastrófico desta segunda metade da época, do crédito suficiente para iniciar uma nova campanha e torná-la vencedora. Com a desmoralização instalada, aconselhava a prudência que se recorresse a sangue novo. Assim… tudo será mais difícil.