Alexandre Pais

Associação de Adeptos Sportinguistas comenta incidentes na Luz

A

Rumo para o Futebol Português

É confuso o futebol português. Se por um lado se retiram vedações dos estádios

reconhecendo os espectadores daquele espectáculo desportivo como cidadãos

responsáveis, por outro criam-se jaulas como se tais cidadãos responsáveis fossem,

em dias de jogos, perigosos e violentos criminosos.

O comportamento da Polícia em tais jogos evidencia tal realidade, tal a quantidade

de episódios de violência e provocação por parte de certos e determinados agentes

das forças de segurança para com adeptos de futebol. Este jogo não foi excepção e

vários homens, mulheres e crianças foram agredidos indiscriminadamente,

enquanto eram tratados como gado. Seriam todos criminosos? Ou deveu-se tal ao

facto de ser dia de futebol?

A entrada para o estádio foi demorada, propositadamente lenta de forma a permitir

que a bancada verde e branca estivesse vazia. Porventura receios do poder vocal

dos leões que tão bem se ouviram na Luz.

Tudo motivado por razões de segurança, assim exclamam todos os responsáveis.

Os mesmos que terão avalizado a “jaula”e que verificaram que, por altura do

reprovável incêndio, afinal não estavam reunidas as condições ideais de acesso aos

bombeiros. Vislumbre-se, igualmente, a dimensão dos extintores utilizados para se

perceber a falta de preparação de tal sector para um incidente daquele género. Ao

que se juntou o derrubar de diversas barreiras metálicas dada a sobrelotação do

estádio.

Foram estas as condições de segurança que muitos avalizaram e pelas quais agora,

nenhum é responsável? Ficou dado o alerta e felizmente não houve necessidade de

evacuação imediata do sector e actuação dos bombeiros e/ou outras entidades

durante o jogo. Teria sido preocupante…

Os eventos deste derby demonstram duas falhas graves no que diz respeito à

organização e planeamento do jogo. Por um lado, a “jaula” de segurança revelou-se

totalmente incapaz de aumentar os níveis de segurança dos adeptos, como

qualquer agente da protecção civil deveria conseguir constatar à partida. Por outro

lado, as regras impostas pela PSP com o objectivo de conduzir os adeptos ao

estádio de forma atempada e segura, revelaram-se totalmente ineficientes. Quem

vai no cortejo chega tarde e é agredido, quem vai fora do cortejo é detido por

manifestação ilegal. Está na altura de parar de brincar aos polícias e ladrões.

À Liga de Clubes, à Federação Portuguesa de Futebol, à Secretaria de Estado do

Desporto e Juventude pedimos:

“Não se discuta o incidente em si, mas sim a cultura que se pretende desenvolver

no futebol nacional. Uma cultura de respeito mútuo entre os adeptos e fair-play ou

uma cultura de guerrilha, estádios de sítio com autênticos exércitos policiais a

cercear todos os direitos humanos dos cidadãos?”

Para nós a resposta é clara! Para tais entidades, pensamos que ainda não o será.

Está na altura de parar de olhar para a árvore e vislumbrar a floresta, em nome do

desporto-rei em Portugal!

A última palavra vai para o Conselho Directivo do Sporting Clube de Portugal. Uma

palavra de apreço e gratidão pelo apoio que estes orgãos sociais deram aos seus

adeptos.

O Sporting Clube de Portugal está vivo, unido e continuará forte!

Com os melhores cumprimentos,

Comité Executivo

Associação de Adeptos Sportinguistas

Por Alexandre Pais
Alexandre Pais

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