Pode ter sido por acaso, mas ele nada deixa ao acaso: José Mourinho não seguiu, no seu regresso ao Chelsea, a política da anterior passagem por Londres – e que se repetiu de algum modo em Madrid – de ter consigo um carregamento de jogadores portugueses.
Concordo. Afinal, o Benfica deu-se mal com a armada britânica de Souness, o Barça não se aproveitou grandemente da caterva holandesa da era Van Gaal, o FC Porto pode ficar com espanholada a mais quando terminar o consulado de Lopetegui – de quem aproveito para dizer que sou fã. Pela simplicidade pessoal, pelo discurso profissional e também pelo trabalho que começa a surgir.
Nunca percebi bem esse “patriotismo” espúrio, falamos apenas de futebol, de competição e de objetivos, e acho por isso natural que Nuno Espírito Santo não quisesse Hélder Postiga e tivesse fechado igualmente a porta do Valência a João Pereira. Se entende, e declarou-o expressamente há dias, que tem dois laterais melhores que o João, devia ficar com três?
A dúvida que se pode colocar é se a posição do treinador não resultará de um odiozinho de estimação, de guerras antigas, e se a opção de rejeitar João Pereira não será pura embirração. E se é verdade que o facto de não querer contar com um jogador só pelo facto de ele ser seu compatriota é prova da sua competência, a mesma rejeição, a ter origem em questões pessoais, abonará pouco sobre a sua capacidade de liderança.
Nuno iniciou a época com a comunicação social espanhola a indicá-lo para primeira “chicotada” da liga. Seguiu-se o deslumbramento com uma notável série de resultados e agora tudo volta a surgir tremido. Entretanto, o “As” apontou João Pereira como possível reforço de inverno do Barcelona… A história parece inacabada, o Mundo ensandece.
Canto direto, Record, 8DEZ14
As opções de Nuno Espírito Santo
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