Foi o único dos últimos presidentes do Sporting, antes de Varandas, que não conheci – sabia que dali só podiam vir problemas. Mas nunca deixei de ver o seu consulado pelos dois pratos da balança. Num, o pavilhão João Rocha, a aposta decisiva nas modalidades, a redução da dívida e a devolução ao clube do estatuto que o anterior líder não soube preservar. No outro, a necessidade de confrontação permanente, a ‘guerra’ contra tudo e contra todos, a perturbação demoníaca que o levou à queda.
No ‘Big Brother’, gostei de ver o Bruno de Carvalho da primeira metade da grande transformação de Alvalade, mesmo integrando o grupo dos que sabiam que tanta simpatia seria sol de pouca dura. E bastou o tempo para fazer regressar a arrogância e a truculência que resultam de uma dramática dificuldade em enfrentar o contraditório sem o fantasma da intriga e da perseguição. Depois, claro, caiu na trama da TVI, não a da ‘violência doméstica’ – no caso, um exagero da espuma dos dias – mas a de deixar um país inteiro confirmar a sua irreprimível veia de manipulador.
Agora, Bruno enfrenta o pelotão de fuzilamento dos anjos e dos puros, nada preocupados que a história de um homem atormentado possa acabar em tragédia.
Antena paranoica, Correio da Manhã, 19fev22