Em Portugal, até uma pandemia se transforma em brincadeira de crianças, com gente que devia estar a trabalhar a espreguiçar-se na praia, reformados que podiam ficar sossegados em casa a encherem carrinhos de supermercado com garrafões de água – para quê? – e jovens, com acesso fácil à informação, metidos em festas, de máscara e a gozar com o coronavírus – tão frescos e tão burros!
Muita desta estupidez resultou da deficiente comunicação das entidades reguladoras da saúde, que foram ágeis na ação mas demasiado macias nas explicações, fazendo com que o pagode pensasse que isto era mais uma gripeta das aves.
O exemplo vem, aliás, da União Europeia, uma nulidade sempre que está face a uma guerra. Se for militar, não arranja soldados para combater, e se for social precisa de conferenciar até que o céu lhe caia em cima. Tivesse a Itália fechado o espaço aéreo aos voos de e para a China, logo após se ter compreendido estarmos perante uma epidemia, e não viveríamos este drama. E por cá o Governo tardou – mas lá arrepiou caminho na quinta-feira – em tomar as medidas duras que se impunham.
Não somos a China, mas tem de ser à bruta. Sem alarme social, ainda agora andaria tudo a trabalhar para o bronze.
Antena paranoica, Correio da Manhã, 14mar20
Aqui tem de ser à bruta
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