Alexandre Pais

António Fiúza, o homem de ferro

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No futebol português são abundantes os casos de deserções de dirigentes por falta de capacidade de resistência às adversidades, e raras, raríssimas, as demonstrações de tenacidade, de espírito de sacrifício e de determinação inabalável.

Com a subida do Gil Vicente, António Fiúza, o seu presidente, tornou-se num desses incomuns exemplos de persistência, tão difíceis de encontrar tanto no desporto como na vida.

Os últimos cinco anos de descida aos infernos, na sequência do “caso Mateus”, já tinham revelado a coragem de um líder que se recusava a virar a cara ao infortúnio quando o mais fácil seria bater com a porta e dedicar-se inteiramente à sua vida pessoal. Mas faltava, em cima da persistência, a vitória, o regresso à liga principal, a mão que lavava todas as afrontas – e que chegou agora.

É relativamente fácil lidar com o êxito e gastar milhões. Gerir a desconfiança generalizada, e a dúvida daqueles que nos são mais próximos, quando os tempos são de trevas, isso já é tarefa para homens de ferro – para aqueles que, como António Fiúza, não têm medo e resistem até que o sol volte a nascer. Parabéns!

Passe curto, publicado na edição impressa de Record de 2 junho 2010

Por Alexandre Pais
Alexandre Pais

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