“O tempo chega sempre, mas há casos em que não chega a tempo” – Camilo Castelo Branco
A 7 de Março de 1974, Paulo Carvalho vencia, com Adeus – o E Depois só viria a seguir – de José Niza e José Calvário, o Festival RTP da Canção, contrariando a votação paralela de um famoso programa de rádio, o PBX, que dava o triunfo a No Dia em que o Rei Fez Anos, de José Cid.
No mês seguinte, já em Brighton, Inglaterra, onde se realizaria o Festival da Eurovisão, a versão em inglês da canção portuguesa, que Paulo de Carvalho igualmente interpretava, agradou a músicos de outros países, o que conduziu à ideia de que se o Adeus fosse em inglês o resultado da nossa votação podia ser bem melhor. Em conferência de imprensa foi dada a novidade, o que levantou desde logo uma questão: teria a RTP autonomia para autorizar esse crime de lesa-Pátria? Não tinha, pelo que Carlos Cruz se ofereceu para tentar convencer a única pessoa que podia validar a proposta: Marcelo Caetano.
A falência da ousadia romântica é conhecida. Paulo cantou em português e, poucos dias depois, foi essa a senha para novo adeus, o de Marcelo.
Parece que foi ontem, Sábado, 12MAR15
Antes de um Adeus quase em inglês
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