Foi preciso que Duarte Gomes, um excelente árbitro, assinasse um mau desempenho e fosse premiado com um “muito bom”, para o foco recair, enfim, nos chamados “observadores”.
Parece no mínimo surrealista que milhões de pessoas vejam um apitador espalhar-se ao comprido e que o sr. Vítor Pereira – que assiste igualmente em direto à transmissão das asneiras e tem, portanto, perfeita noção das mesmas – se guie, em nomeações futuras, pelo relatório de um freguês que conseguiu ver um jogo que não se disputou. É como se um juiz assistisse a um crime, confirmado por todas as testemunhas, e absolvesse no fim o criminoso porque alguém lhe escreveu uma carta a dizer que ele era muito boa pessoa…
Gostei de ver Antero Henrique, qual D. Quixote, esgrimindo. Como se nós, e especialmente “eles”, não soubéssemos que tem carradas de razão mas que tudo continuará na mesma.
Passe curto, publicado na edição impressa de Record de 13 abril 2011