Terminou a primeira série de
“A tua cara não me é estranha”, com a esperada e merecida vitória de João Paulo
Rodrigues, cujo talento, como o de Daniela Pimenta, se foi impondo à medida que
empalidecia a estrela de Maria João Abreu.
O programa da TVI é mais de
humor do que de arte e consegue, nesse particular, ser divertido,
despretensioso e eficazmente popular. E muito também, goste-se ou não, por
acção dos apresentadores e de um júri cuja constituição é um achado – e a ele
voltarei em breve – e que por isso se manterá na nova série, que se inicia
amanhã. É dos livros: em que equipa que ganha não se mexe.
Mas quero aplaudir desde já
Luís Jardim, um homem que sabe do que fala, que faz pedagogia e que teve o
sentido de justiça de repor o que as revistas – e a personalidade do próprio, é
verdade – destroem na sua voragem cor-de-rosa: a qualidade de Toy, o artista
maior, a alma e o cimento daquele grupo. Papéis como os de Pavarotti, Stevie
Wonder ou Joe Cocker confirmaram apenas a voz de ouro e uma insuperável vocação
para o palco. Chapeau!
Antena paranóica, publicado na edição impressa do Correio da Manhã de 7 abril 2012