Não gosto de galas, seja lá
isso o que for, tão gasto está o conceito por coisas rascas sem fim. É-me pouco
menos que insuportável ver sorrisos de plástico a tentar exibir uma felicidade
inexistente ou roupas emprestadas que disfarçam, tantas vezes, vidas pobres e desgraçadas.
Nada é mais deprimente que a visão de gente pequenina disfarçada de poderosa.
Acompanhei, assim, de longe,
a comemoração dos 20 anos da TVI. Sou admirador, isso sim, do sucesso real, daquele
que só pode ser conseguido porque a indispensável pitada de sorte caiu sobre o
talento e sobre o trabalho. E, nem de propósito, pude seguir um dos melhores momentos
da noite, aquele em que Pedro Pinto recordou José Eduardo Moniz e o que ele
representou para o êxito da estação – o que foi sublinhado por uma enorme ovação.
Já perto do final encontrei,
enfim, a minha praia, com a performance dos Four Station – quatro notáveis
jornalistas-músicos! – que terminou com um “medley” que pôs a sala a cantar e a
dançar. É isso, preciso também de aprender outra arte. Talvez palhaço, sempre
tenho alguma prática.
Antena paranóica, publicado na edição impressa do CM de 23 fevereiro 2013