Alexandre Pais

Antena paranóica: Nicolau serviu-nos angústia ao jantar

A

A angústia no rosto de
António Sala, quando Nicolau Breyner recomeçou a cantar após a entrada em falso,
refletia o drama que a TVI nos serviu ao jantar, com a nova série de “A tua
cara não me é estranha”.

Entendamo-nos. Nicolau nada
tem a provar. Ator, cantor, encenador, realizador, apresentador e produtor, ele
já fez tudo e bem. Falhou apenas na política e antes assim, pois perdeu-se o
autarca e conservou-se o comediante. E louve-se, aos 72 anos, a humildade da
participação num programa de puro entretenimento, ao lado de nomes de menor projeção.

Por isso, o seu desempenho de
domingo foi tão penoso – da escorregadela inicial à perda de qualidade da voz,
que não o quis acompanhar no estatuto de referência que conquistou. Nicolau não
merecia esta dor e só a inteligência do júri e o “baile” da produção na suposta contagem dos votos por telefone compuseram a coisa.

Amanhã será outra noite e
Nicolau vestirá a pele do “Rei” com determinação, utilizando o talento que lhe
sobra para compensar a frescura que naturalmente lhe falta. Como as árvores, só
cairá de pé. 

Antena paranóica, crónica publicada na edição impressa do Correio da Manhã de 8 fevereiro 2013

Por Alexandre Pais
Alexandre Pais

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