A crise que ataca hoje o mercado dos jornais e revistas passa incólume pelo “Correio da Manhã”, que bateu, segundo a APCT, um novo recorde de vendas em banca: 123.716 exemplares/dia nos primeiros oito meses de 2010. E 137.866 (!) em Agosto último.
O CM teve um começo difícil e no primeiro ano de publicação vendia menos que outro diário nascido também no final da década de 70, o “Portugal Hoje”, cuja redacção tive o privilégio de chefiar – infelizmente já na fase em que se lutava apenas pela sobrevivência –, e que terminaria em 1982, com poucos leitores e muitas contas por pagar.
Foi por isso necessária a enorme conjugação de talento, determinação e capacidade de trabalho de muita gente, ao longo de décadas, para fazer deste jornal o que ele é: o líder da imprensa em Portugal, com vendas que se aproximam das obtidas pelos outros quatro diários generalistas… juntos.
Falta agora ao CM alargar a sua influência à área da TV e, genericamente, no audiovisual, acompanhando a grande migração para as novas plataformas e aumentando o poder de uma marca que o mercado consagrou: sem simpatias do poder e sem subsídios, só com a vontade dos portugueses que todos os dias tiram, do próprio bolso, uma simples moeda.
Antena paranóica, crónica publicada na edição impressa do Correio da Manhã de 30 outubro 2010