Não fui apreciador do trabalho de Júlia Pinheiro na condução de “Peso pesado”, da SIC. Nesta fase da carreira fará melhor outras coisas. Esperava por isso ver maior frescura e entusiasmo em Bárbara Guimarães, na segunda temporada do programa. Enganei-me. A apresentadora ou está contrariada ou não se encaixa no formato, não atingindo sequer o nível alcançado em “Portugal tem talento”, onde não parecia confortável mas esbanjava poder de comunicação.
O estilo marcante de Alison Sweeney, na versão norte-americana – “The Biggest Looser” vai já na 12.ª série – é conseguido graças a um equilíbrio perfeito entre a sobriedade e o espírito maternal dedicado aos concorrentes fragilizados, um achado que Bárbara persegue sem êxito, pois a sua performance é lenta, monocórdica, por vezes até entediante. E no canal concorrente, claro, a dama de ferro recebe também as audiências desiludidas.
Bárbara Guimarães está perante um dilema: ser ou não ser capaz de se adaptar a esta televisão, de que provavelmente não gosta. Mas não tem outra, that’s the question.
Antena paranóica, publicado na edição impressa do Correio da Manhã de 22 outubro 2011