Nos últimos anos, as regras
de boa educação que os nossos pais nos ensinaram foram-se perdendo, em nome da
brandura dos costumes e da total abertura dos tempos ditos “modernos”, uma
palavra sinistra.
A televisão tornou-se no
principal propagador da desbragada utilização do verbo, com dezenas de comediantes,
pseudo-cómicos ou verdadeiros imbecis a ganharem a vidinha debitando palavrões
atrás de palavrões, perante o gáudio de jovens plateias ávidas de uma liberdade
sem balizas.
Seja. Quem não quiser que
mude de canal. Se a falta de pudor e de maneiras, se a brejeirice e as graçolas
de cariz sexual são boas para o negócio das estações privadas, se há quem
compre, pois que vendam.
O problema está no “serviço
público”, na RTP, onde esta semana vi um engraçadinho, fardado de beduíno, a
promover um programa com esta linda frase: “Senta-te no meu que eu entro na
tua”.
Não gostar de pagar com os
meus impostos tanta boçalidade e desfaçatez, não suportar estes anormais, não
querer comer e calar será preconceito meu? Não, acho que é apenas vergonha.
Antena paranóica, crónica publicada na edição impressa do Correio da Manhã de 21 abril 2012