Acompanho as transmissões desportivas na TV por dever de ofício. E tenho por vezes de cortar o som para não ouvir tanta asneira. São frequentes frases tolas como “as vitórias são um antídoto para qualquer equipa” – no caso por se desconhecer o que significa “antídoto” mas se achar que fica bem utilizar a palavra. Não escapam assim, os “especialistas”, à ignorância que cresce entre nós.
Ainda esta semana, em “O elo mais fraco”, da RTP, um dos dois finalistas, que falhara atrás respostas óbvias, não acertou em qualquer de quatro perguntas, e o outro saiu vencedor por ter respondido apenas a duas – uma delas referindo a primeira cidade que lhe veio à cabeça.
O problema é que a coisa alastra-se. Veja-se o caso daquela apresentadora que quis saber de um concorrente qual era a capital da China, tendo obtido por resposta… “Hong-Kong”. Insatisfeita, a “diva” sublinhou: “Não, eu perguntei pela capital da China e não pela capital do Japão!”
Deus, na Tua infinita misericórdia, olha por nós. E de vez em quando, se puderes, passa também pelo “Record”.
Antena paranóica, publicado na edição impressa do Correio da Manhã de 8 outubro 2011