Após 19 anos no ar, a RTP pôs fim ao “Praça da Alegria”. Na televisão ou em qualquer outro órgão de comunicação social é fácil acabar com programas, conceitos ou simples rubricas, em especial os diferenciadores, aqueles que, tornando os produtos especiais e eventualmente melhores, transportam, todavia, a incomodidade de não alinharem pelas modas dominantes, ainda que estas possam ser execráveis.
Difícil é criar alternativas que substituam com êxito – e o êxito é o agrado geral, traduzido não em opiniões mas em resultados e em audiências – aquilo que a pulsão renovadora deitou para o lixo. Fazer melhor em vez de se dizer que se sabe mais ou que se é muito inteligente: eis o eterno problema.
Há um ano e meio, quando desprezou a dupla que fica para a história da televisão em Portugal – Sónia Araújo/Jorge Gabriel – a RTP liquidou o “Praça”, o único programa da manhã, em sinal aberto, em que havia a preocupação de que o entretenimento não asfixiasse a qualidade. Agora, está tudo ao nível da mediocridade saltitante. E é merecido, “prontos”.
Antena paranoica, 21JUN14