O poder do futebol, odiado pelos pseudo-intelectuais, nunca foi tão grande. Nem no tempo em que os estádios se enchiam em Portugal o “desporto-rei” chegava a tantos adeptos. Em 2013, os 19 programas mais vistos na nossa TV foram jogos de futebol e para que as novelas fizessem prova de vida valeu o derradeiro episódio de “Gabriela”, na SIC, que “agarrou” o último lugar no “top 20” do ano, com 2,1 milhões de espetadores, enquanto o líder, o empolgante Suécia-Portugal, alcançou os 3,3 milhões.
A telefutebolite tem, aliás, dominado o panorama da programação no início do milénio, e ainda esta semana as três maiores estações abriram os telejornais – no mesmo dia e às 13 e às 20 horas! – com largos minutos de querela futebolística, sinal claro de submissão às audiências.
Calculo como deve ser penoso para alguns plumitivos a busca incessante dos canais “sérios”, na esperança de que uns debates políticos e a praga da “ucranite” que nos ataca sem dó satisfaçam a sua ânsia de temas profundos. Sou um saloio: prefiro o pontapé na bola a essa sarna.
Antena paranoica, CM, 8MAR14
A vitória do futebol
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