Em televisão é tão perigoso decidir por impulso ou ao sabor dos amiguismos como fazer bem e depois adormecer à sombra da bananeira. Não será o que se passa com a SIC, mas parece.
A TVI lançou no início da semana o “Esta manhã”, um conceito que mistura informação com entretenimento, interpretado por figuras de segunda da estação e que nada tem de novidade, nem sequer é bem feito – aquele foguetão que se “esbardalhou” (Iva Domingues dixit) foi revelador da frescura da coisa.
A verdade é que o programa representa um esforço para mexer com a modorra do período das 7 às 11 e foi visto na quarta-feira por 183 mil pessoas, enquanto a SIC – que há anos tem nesse horário um “gap” – continua feliz com a pobreza do “Alô Portugal”. Mas o canal de Paço de Arcos não perde só perante a inovação faz de conta de Queluz, baqueia igualmente, por exemplo, nas tardes de sábado.
Não se acredita que umas horas de nada, como é o “VivaVida”, da TVI, uma espécie de Clube dos Amigos Disney da Cristina – na definição certeira de Duarte Faria, aqui no CM – ultrapasse os 600 mil telespectadores e lidere as audiências, ainda que em parte. Como é, ò SIC? Ponham também uns cabotinos, ao monte e a debitar larachas, e está feito.
Antena paranoica, Correio da Manhã, 6fev21
