Foi o quarto programa mais visto de terça-feira, com 758 mil telespectadores – à frente de “Secret Story”, da TVI – e o segundo em “share”, a seguir à novela “A herdeira”, também da TVI. A transmissão das marchas populares deu à RTP um pico do “glamour” que há tanto tempo se foi. Um dos motivos dessa perda esteve, aliás, patente na noite de Sto. António, com a forma pouco imaginativa, para não dizer desleixada, como o canal acompanhou o desfile.
No início de cada apresentação, um grafismo “naif” apontava os nomes do bairro e dos padrinhos – alguns primos de suas primas – surgindo depois uma frase retirada da letra da canção. Quem chegasse ao “direto” a meio de um desfile, não sabia que marcha descia a avenida…
A indicação dos autores – “desconhecidos” que iam de Carlos Alberto Moniz a Tozé Brito, de Nuno Nazaré Fernandes a Nuno Gomes dos Santos – foi despachada para os apressados créditos finais, sem se fazer sequer a sua ligação aos bairros. E sobre as coreografias zero, apesar de se terem visto trabalhos excelentes.
Bem estiveram, sim, Tânia Ribas de Oliveira e José Carlos Malato, quase imbatíveis no género, confirmando que à RTP o que falta é criatividade e liderança. Que José Fragoso lhe consiga mudar a vil tristeza!
Antena paranoica, Correio da Manhã, 16JUN18
A pobreza das marchas populares na RTP
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