Há muitos anos, os ardinas – que vendiam publicações em bancas na rua – irritavam-se sempre que viam nascer um título. “Outro? Hum… Já cá havia poucos!” Para eles, uma nova aposta era apenas mais peso para carregarem às costas.
Em março de 2013, quando surgiu a CMTV, não faltaram agouros de outro tipo, com pretensiosos candidatos a reguladores do audiovisual a desdenhar do projeto. Tinham alguma desculpa, já que havia, e há, canais de órgãos de comunicação social escrita com audiências ridículas. Mas o que conta nesta atividade é saber-se quem é capaz e quem não passa de amigo das primas.
Com as eleições de domingo, a CMTV superou o seu melhor resultado: 1,3% de share médio e mais de um milhão de pessoas a contactar a estação em 24 horas. E Andreia Vale e José Carlos Castro, com o “Especial Legislativas”, alcançaram uma média de 50.600 espetadores por minuto.
Sei que sou suspeito, mas sinto-me privilegiado por ser uma micropeça do que é já uma grande máquina de fazer televisão.
Antena paranoica, Correio da Manhã, 10OUT15
A imparável CMTV
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