A meio da semana, notícias mil vezes replicadas atacaram a reputação da TAP: mais de 50 voos foram cancelados por “greve” dos pilotos ao trabalho extraordinário ou em dias de folga.
A situação, semelhante afinal a muitas outras na generalidade das transportadoras, não seria tão grave se não tivesse “caído em cima” do triste episódio com o piloto da Portugália detido na Alemanha, e impedido de voar por embriaguez – terá acusado 4,3 g/l de taxa de alcoolemia. Porque esse caso não foi apenas divulgado por cá, correu o Planeta e tornou-se em motivo de gozo nos meios do turismo e da aviação civil, com claros prejuízos para a nossa “companhia de bandeira” e para o fluxo de turistas e divisas com que nos vamos safando.
Conta-se que o homem já dispunha de currículo nos vapores do éter e que terá driblado os colegas, não comparecendo ao pequeno-almoço conjunto, no hotel, e avisando que ia ter ao aeroporto. Azar: não passou o controlo em grupo, o que talvez levasse a que o excesso de álcool não fosse detetado, e surgiu sozinho, a cambalear, denunciando-se. E com isso criou à TAP um problema sério. Os seus pares não podiam ter escolhido pior altura para a greve de zelo ao “cockpit”.
Boa Páscoa, leitor!
Antena paranoica, Correio da Manhã, 31MAR18
A greve de zelo na TAP e os vapores do éter
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