No final do jogo de Alvalade, José Peseiro resistiu a fazer o que seria mais fácil: acusar árbitro de ter prejudicado o Sp. Braga.Começa a não ser caso virgem e melhor seria que se tornasse num hábito no futebol português.
O erro humano – dos jogadores, dos técnicos e também dos árbitros – faz, e sempre fez, parte do jogo. Hoje são uns os prejudicados ou os que se podem queixar da sorte, amanhã haverá novas vítimas.
O problema é que os erros de arbitragem “lavam” as asneiras cometidas por outros intervenientes e o recurso a essa habilidade é quase irresistível.
Pior ainda é a falta de honestidade intelectual – bem salientada igualmente por José Peseiro – daqueles que passam a vida a lamuriar-se quando são “roubados” e que se calam muito caladinhos sempre que beneficiam dos erros que tanto criticam.
Essa atitude é doentia mas não é estranha. Nos tempos que vivemos, a falta de moral é o pão de cada dia.
Passe curto, crónica publicada na edição impressa de Record de 13 novembro 2012