No último domingo, a CMTV bateu o recorde de audiência total, ao alcançar – segundo a GfK – 3,2 milhões de espectadores. Com um “share” médio no dia de 7,6%, soterrámos a concorrência – SIC Notícias, TVI24 e RTP3 obtiveram, juntas, 4,7%. Mas aquilo que surge como mais um degrau na escalada vitoriosa de sete anos, da estação deste jornal, merece uma nota que contrarie a mania portuguesa de tudo atribuir ao acaso.
Às 12 horas e 22 minutos, a CMTV deu, em primeira mão, a notícia da descoberta do corpo da pequena mártir Valentina. Às 12h25, já Tânia Laranjo comentava em direto, mas só às 12h26 a SIC Notícias e a TVI24 conseguiram replicar a má nova. A RTP3 acordou ainda mais tarde: eram 12h30. Às 12h32, com Rui Pereira e Moita Flores no ar, na CMTV, um repórter da TVI24 falava de uma saída voluntária de casa e de um crime de oportunidade…
A RTP3 e a TVI24, às 12h47, e a SICN, às 12h53, fecharam a loja no respeito pelas grelhas sagradas. E às 12h52, meia hora após divulgar a dura realidade, a CMTV completou o painel com Manuel Rodrigues e Carlos Anjos – e esmiuçou a tragédia com dados novos. Ganha a batalha de informar primeiro, seguiu-se a de informar melhor. Não custa nada, é só saber e fazer.
Antena paranoica, Correio da Manhã, 16mai20
A derrota das grelhas sagradas e não só
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