
Mas Fidel era el comandante e seguia a cartilha soviética, enquanto Guevara atraía mais os jovens pelo idealismo que o fizera trocar os charutos e outras mordomias de Havana pela dureza da guerrilha na Bolívia.
No início da década de 70, no regresso de Londres, fiquei sem um poster do Che, que me foi apreendido pela alfândega do aeroporto de Lisboa, o preço que paguei para fazer passar, debaixo da roupa que trazia no corpo, uma camisola com estampa idêntica e que conservei até hoje como símbolo de um tempo único e sedutor. Bem mais sedutor, aliás, do que Guevara, responsável por execuções em massa em Cuba, confirmadas em 1964 com uma frase que o próprio Che terá proferido na ONU: “Fuzilamentos, sim, temos fuzilado; fuzilámos e continuaremos a fuzilar”. Um destino triste que lhe tocou a ele, em 1967, quando foi abatido a tiro – sem julgamento e sem glória – num barracão da selva boliviana.

Parece que foi ontem, Sábado, 4MAI17