Não é fácil compreender como tantos treinadores de equipas mais fracas se apresentam para defrontar adversários com muito mais futebol dando o peito às balas ou fazendo aquilo que os puristas, que nunca descem a Terra, admiram até à exaustão: jogar o jogo pelo jogo, um chavão delirante.
Vi esta época várias partidas do Barcelona e do Real Madrid, em que depressa ficou patente que os opositores eram anjinhos com um único destino: a imolação pela goleada.A verdade é que muitas equipas não são arrasadas apenas por falta de uma estratégia ultradefensiva mas porque a sua falta de pernas e de atributos de ordem técnica é tal que qualquer táctica resultaria ineficaz.
Não foi o caso recente do Chelsea, que apostou no contra-ataque, primeiro para afastar o Barça e depois para arrebatar a Champions. Como não foi, no último domingo, o caso da Académica, que partiu do rigoroso policiamento do meio-campo para levar a Taça para Coimbra.
Moral da história: ainda vale a pena, a um treinador que disponha de um plantel razoável, pensar como pode evitar a tragédia, agir e… vencer. Se os mais fortes não pudessem ser derrotados, ninguém quereria saber do futebol para nada.
Passe curto, publicado na edição impressa de Record de 22 maio 2012