O queniano Eliud Kipchoge, recordista do Mundo da maratona, com 2:01:39, e considerado o maior atleta de sempre a correr os 42 quilómetros e 195 metros, reuniu vontades – a dele e a dos “sponsors”, em particular – e provou, em Viena, ser possível completar a distância em menos de duas horas. Num espetáculo mediático e em condições tão favoráveis que impedem a homologação da nova marca, Kipchoge conseguiu retirar dois minutos ao seu próprio máximo, obtido há um ano, em Berlim.
Que melhor momento se podia encontrar para recordar o nosso “Kipchoge de Vildemoinhos”, o grande e inesquecível Carlos Lopes, medalha de ouro da maratona nos Jogos de 1984 – com um recorde olímpico de 2:09:21, que se manteria até 2008! – e recordista mundial da prova, em Roterdão, em 1985 (aos 38 anos!) com 2:07:12. Ou seja, o herói português foi o primeiro maratonista a baixar das duas horas e 8.
Passaram 34 anos, mas os 7 minutos e meio “a mais” que Lopes demorou a cumprir os 42 km, em relação a Kipchoge, foram obtidos não após uma corrida com “lebres” a revezarem-se, não com carros à frente a cortar o vento, não com varredores a pôr o chão como um espelho. E não sem a presença de outros competidores, não sem a certificação oficial do percurso e não sem controlo antidoping. Foi, sim, um tempo registado sem situações de favor e cumprindo todas as exigências regulamentares, sem a ajuda de computadores e depois de treinos na Segunda Circular, a fugir dos automóveis – e até a ser atropelado por um… Que orgulho ter acompanhado a fantástica carreira do primeiro campeão olímpico de Portugal! E que mágoa por nunca o poder político-desportivo ter aproveitado o seu exemplo e a sua experiência para criar entre nós uma verdadeira escola de maratonistas!
Na nova geração do ténis mundial tenho os meus preferidos: Dominic Thiem, Alexander Zverev, Stefanos Tsitsipas e Karen Khachanov. Só não gosto do arrogante Daniil Medvedev e é logo ele quem mais ameaça o pódio do “big three”. Ontem, este russo de 23 anos e 1 metro e 98 ganhou o Masters de Xangai, derrotando Zverev na final. E consolidou o seu quarto lugar no ranking ATP, aproximando-se de Roger Federer.
Ganhámos ao Luxemburgo com uma exibição pálida e com golos praticamente oferecidos. Teremos hoje, na Ucrânia, uma demonstração de talento do quinteto-maravilha composto por Cristiano, Bernardo, Guedes, Félix e Bruno Fernandes? Já nos fazia uma certa falta.
O derradeiro parágrafo vai para a ideia peregrina, por enquanto apenas na fase da “hipótese” – como se fôssemos todos parvos –, de mudar o nome do estádio do Sporting de José Alvalade para Cristiano Ronaldo. Não sou adepto leonino e até eu me sinto incomodado, vejam lá. Faço apenas um comentário: há pessoas com uma tendência tal para a asneira que ainda não se tendo livrado da última logo começam a tratar da próxima.
Outra vez segunda-feira, Record, 14out19
Grande Kipchoge, o de Vildemoinhos!
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