“PORTUGUESES COM MÁ QUALIDADE DE SONO”
No primeiro estudo nacional sobre sonolência ao volante com representatividade dos condutores portugueses, verificou-se que 12% dos condutores já adormeceu ao volante enquanto conduzia. Esta é uma das conclusões do estudo “Sonolência dos Automobilistas Portugueses”* realizado pela Associação Portuguesa do Sono. O estudo faz parte da campanha “Conduzir com sono pode matar” que assinala o Dia Mundial do Sono (18 Março).
No último ano, 23% dos condutores portugueses experienciou, pelo menos uma vez, uma situação de sonolência ao volante e 3% chegaram mesmo a enquanto conduziam. Estes caracterizam-se por serem mais homens, com idades entre os 25 e os 34, pertencentes a status sociais mais elevados, residentes na grande Lisboa, com alto risco de apneia e com uma má qualidade de sono.
Marta Gonçalves, Presidente da Associação Portuguesa do Sono, psiquiatra e especialista em sono, explica que “os resultados apurados estão em linha com o que é verificado noutros países europeus. A APS definiu o tema da sonolência ao volante como prioritário este ano porque estimativas internacionais apontam para que a sonolência esteja relacionada com cerca de 20% do total de acidentes rodoviários.”
Devido à sonolência ao volante, 2.3% dos condutores portugueses teve um acidente ou quase teve um acidente. Em termos absolutos 19 condutores inquiridos quase tiveram um acidente e 6 condutores tiveram pelo menos um acidente no último ano devido ao sono.
Dos condutores que quase tiveram, ou tiveram, acidente, existe uma maior tendência para que sejam homens, com idades entre os 18 e os 24 anos, pertencentes ao status social médio alto e médio, residentes na Grande Lisboa, com alto risco de apneia no sono, com uma má qualidade de sono e obesos. Estes condutores bebem em média 3 cafés por dia, o que está acima da média da população.
Dos portugueses que no último conduziram sonolentos ou adormeceram ao volante, 10% teve ou quase teve um acidente. Em termos de perfil podemos, a título meramente indicativo, dizer que são mais os homens, com idades entre os 18 e os 34 anos, pertencentes ao status social médio alto e médio, residentes na Grande Lisboa, com alto risco de apneia no sono, com uma má qualidade de sono e obesos, que apresentam uma maior propensão a estar numa situação de quase acidente ou acidente devido à sonolência na condução.
Os resultados mostram ainda que 50% dos acidentes por sonolência aconteceram entre a meia-noite e as 6h da manhã, 33% entre o meio-dia e as 18h00 e 17% entre as 18h00 e a meia-noite. Em termos de local, 50% destes acidentes dão-se nas estradas secundárias, 17% em auto-estrada e 33% em cidade.
Questionados sobre que medidas utilizavam habitualmente para combater a sonolência ao volante, a maioria dos condutores portugueses adopta como primeira medida de segurança parar o carro (42%) e como segunda medida de segurança beber café ou outra bebida cafeinada (41%), abrir a janela (15%) e dormir (13%).
Quem costuma adoptar como principal medida de segurança abrir a janela do carro quando sente sonolência ao volante, adopta como segunda medida de segurança aumentar o som da rádio (47%) e Parar (31%). Na verdade só 1% refere que a primeira medida de combate ao sono é dormir.
Para a Dra. Marta Gonçalves, “é preciso passar a mensagem que é importante parar para dormir. É a única maneira de garantir uma condução segura. Os estudos mostram que parar, beber um café, ou outra bebida energética com pelo menos 200mg de cafeína, e dormir 15 a 20 minutos dá-nos mais 60 a 90 minutos de condução segura”.
QUALIDADE DO SONO DOS PORTUGUESES:
Em relação à qualidade do sono, em média os condutores portugueses dormem 7 horas por dia. As principais dificuldades em dormir são o acordar a meio da noite ou de manhã cedo e ter que se levantar para ir à casa de banho. No entanto, a maioria não experienciou nenhuma dificuldade em dormir no último mês e o recurso à medicação para dormir é mínimo. De uma forma geral os condutores Portugueses (91%) afirmam ter uma boa qualidade de sono (auto-avaliação), porém os resultados do questionário Global PSQI Score classificam 35% com uma má qualidade de sono que está mais associada a pessoas com um alto risco de apneia no sono.
Quanto à sonolência em geral, os condutores Portugueses são pouco atreitos a se deixar adormecer em diversas situação do dia a dia propícias a que isso aconteça. Por esse motivo na escala de Epworth apenas 7% dos condutores Portugueses sofre de sonolência diurna excessiva e 2% de sonolência patológica. São mais as pessoas com um alto risco de apneia no sono que apresentam uma sonolência diurna excessiva.
O risco elevado de apneia no sono tem uma prevalência de 10% junto dos condutores portugueses, a maioria das pessoas não tem nenhuma doença do sono diagnosticada (98%) e apenas 1% tem a apneia do sono diagnosticada.
São as pessoas com idades superiores a 55 anos, de status social médio baixo, residentes na Grande Lisboa, com uma má qualidade de sono e obesos que apresentam uma maior propensão a ter esta doença.
O Universo do estudo é constituído por indivíduos com idades entre 18 e mais anos, (idade a partir da qual é legalmente possível tirar a carta de condução de veículos ligeiros em Portugal), residentes em Portugal Continental. Foram considerados indivíduos residentes em lares com telefone fixo e em lares sem telefone fixo (com telefone móvel). A amostra é constituída por 900 indivíduos. A informação foi recolhida através de entrevista telefónica, pelo sistema CATI (Computer Assisted Telephone Interviewing), com base em questionário elaborado pela GfK Metris e aprovado pela APS. Os trabalhos de campo decorreram entre os dias 25 e 28 de Fevereiro de 2011.
“CONDUZIR COM SONO PODE MATAR”
A Associação Portuguesa do Sono (APS) lança no dia 18 de Março uma campanha integrada de sensibilização rodoviária para a temática do sono. A iniciativa, lançada no âmbito do Dia Mundial do Sono, dirige-se à população em geral, com especial enfoque nos jovens. Para recordar que “Conduzir com sono pode matar” foram produzidos: um spot para televisão, dois spots para rádio, um anúncio de imprensa e um movimento na página de Facebook da APS, onde os visitantes podem encontrar conselhos, testemunhos e dados relativos à sonolência ao volante. Simultaneamente, foi desenvolvida uma brochura informativa que vai ser distribuída em 46 áreas de serviço das auto-estradas portuguesas. As criatividades para televisão, rádio e imprensa foram desenvolvidos pela Fischer + Bus e a campanha vai marcar presença na RTP e na Antena 1, media partners da campanha, nos dias 18 a 25 de Março.
Marta Gonçalves, presidente da APS, psiquiatra e especialista em sono, explica que a maioria das pessoas já está alerta para algumas das causas de acidentes de viação – excesso de velocidade, manobras perigosas, álcool, drogas e más condições atmosféricas. “No entanto, não há uma consciencialização para a sonolência como causa de cerca de 20% dos acidentes de viação. Muito menos há o alerta de que o sono é uma das principais causas de acidentes rodoviários fatais em auto-estradas, sendo que são os jovens com menos de 25 anos os mais afectados. É exactamente neste cenário que surge a campanha da APS, onde temos a responsabilidade de alertar para o perigo de conduzir com sono. É fundamental alertar para o facto de não ser apenas a vida do condutor que está em causa, mas a de todos aqueles que andam na estrada”.
O desenvolvimento da campanha contou com o apoio e patrocínio de empresas e entidades como: Ministério da Administração Interna, Governo Civil de Lisboa, Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária, Volkswagen, Colunex, Praxair, Linde, Lundbeck, Gasin, Servier, Vital Aire, Fischer + Bus, RTP, Antena 1, ACP e Brisa.
Site da APS: www.apsono.com
Página do Facebook: http://www.facebook.com/#!/pages/Associa%C3%A7%C3%A3o-Portuguesa-do-Sono/186365768066474
Para mais informações contactar:
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