Desde que se finou o “Contra-informação”, a ridicularia política ganhou novo alento, ficando debaixo de fogo apenas em alguns debates nos canais do cabo. Há, evidentemente, os telejornais, mas aí as pessoas baralham-se, umas riem-se à gargalhada, mas a maioria, por falta de sublinhados e de contraditório, tende a meter no mesmo saco a mistificação e a seriedade. Vê-se, assim, com agrado o regresso de Ricardo Araújo Pereira, numa espécie de Jon Stewart à portuguesa, com “Isso é tudo muito bonito mas…”, na TVI.
Pode discutir-se a oportunidade do lançamento da rubrica em período pré-eleitoral – não contribuirá para uma ainda maior abstenção? – ou pôr-se em causa a sua integração no espaço do Jornal das 8, aumentando talvez a dificuldade em distinguir a ficção da realidade – o que, em boa verdade, já acontece na nossa vida de todos os dias. Mas o mais importante, parece-me, é termos de volta o humor para grandes audiências, com o talento e a capacidade histriónica, espantosa, de um comediante único.
Antena paranoica, CM, 26SET15
O regresso de Ricardo Araújo Pereira
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