Quiseste dar-nos o conforto de estarmos contigo quando partiste, Teresa. A mim, àquela que te trouxe ao Mundo, ao grande marido que escolheste – e que sempre sofreu a teu lado – e a alguns dos amigos mais chegados. Não podiam ser todos, como tu gostarias e eles também.
Recordo, querida, uma das nossas últimas conversas, e o momento em que me disseste: “Pai, estou tranquila, tive uma excelente família, amigos a sério e uma profissão que me realizou. Viajei e diverti-me. Foi uma vida boa, só me queixo por não ter sido um pouco mais longa. Quero que fiques bem”.
Sabias que isso nunca irá acontecer e mesmo assim menti-te. Como sabias que já te tinha mentido, há sete anos, quando aqui, na Sábado, te dediquei uma crónica de amor, alento e utopia: Não chorarei por ti.
Mas tentarei sobreviver, preciso de ajudar a Mariana e a Joana a chegarem a porto seguro, determinaste o meu papel e quero cumpri-lo. Agora, resta-me agradecer à Fernanda Dias e a todos os teus companheiros de trabalho, que tanto te apoiaram, e a Francisco Pinto Balsemão, que ao deixar-te dirigir as tuas duas revistas até ao fim permitiu que, também aí, morresses como querias: em combate.
E no dia 8 lá estaremos, no local que escolheste. Não te atrases, Tê.
Parece que foi ontem, Sábado, 2JUL15
Menti-te: eu sabia que iria chorar por ti
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