Carvalhal gosta de utilizar o verbo, de falar para além do que devia, quando o aconselhável seria proteger-se pelo menos até os jogadores conseguirem dar a volta à crise. Poupar-nos-ia também às penosas demonstrações de “erudição” que ainda anteontem terminaram com os adeptos portistas a cantarem “só eu sei porque não fico em casa”. Haverá maior humilhação, sportinguistas?
Foi num desses exercícios de imparável verborreia que o ainda técnico leonino disse há dias que tinha chegado ao Sporting com a época perdida. Devia estar a valorizar o campeonato – que na verdade só com a derrota em Braga se esfumou – para se “esquecer” da continuidade nas Taças da Liga e de Portugal, e na Liga Europa, que herdou em bandeja de prata e que começou no Dragão a delapidar.
Por este andar, para a semana o Sporting despedir-se-á de mais outra taça e, lá para dia 25, estará fora da liga europeia. Melhor dito: em menos de um mês, Carvalhal é homem para “despachar” 4-competições-4!
Não vejo mal em que, com essa “proeza”, entre para o Guinness. Que leve o Sporting com ele é que já me atormenta.
Passe Curto, publicado na edição impressa de “Record” de 4 fevereiro 2010