Em Agosto de 1988, Ray Charles, então “o único génio vivo”, segundo Sinatra, cantava no Casino Estoril, um mês depois de Julio Iglesias, de 45 anos e no auge da sua carreira, ter actuado no Salão Preto e Prata, ao qual regressaria, aliás, várias vezes.
Na noite de estreia, com todas as mesas repletas, apesar do preço elevado do jantar para quem não fosse penetra, o cantor espanhol surpreendeu toda a gente quando, a meio do concerto, convidou Amália Rodrigues a subir ao palco. A diva tentou resistir, mas o apoio do público à ideia, aplaudindo sem parar, não lhe deu alternativa.
Durante 20 minutos, os artistas conversaram, divertindo-nos, e trautearam, em duetos irrepetíveis, melodias que todos trazíamos no ouvido. Foi um momento mágico, interpretado pelos dois ícones da canção e desfrutado, com indescritível prazer, por aqueles que, como eu, tiveram a sorte de estar lá.
Amália, então com 68 anos, já não tinha a voz que a fizera famosa, mas podia, se estivesse connosco, voltar a encontrar Julio Iglesias no próximo dia 30, no Meo Arena. As lendas não têm idade.
Parece que foi ontem, Sábado, 7MAI15
A noite em que Julio Iglesias e Amália cantaram juntos
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