Desesperados, os industriais dos carrosséis e de outros equipamentos de divertimento popular continuam a tentar chamar a atenção para a sua dramática situação.
Não se trata de um movimento corporativo que invade a capital na esperança de que um novo ministro resolva um dia o que este lhes nega. Não são 120 mil, não fazem lóbi, não têm amigos poderosos. Mas são famílias e crianças que dependem, para sobreviver, da atividade que lhes tiraram.
O Estado, e bem, obriga a que os instrumentos do sustento daqueles portugueses obedeçam a regras de segurança e sejam devidamente inspecionados. Mas não criou, e mal, os mecanismos necessários ao cumprimento da lei. E recusa ainda uma fórmula de transição que deixe as pessoas trabalhar, numa atitude de desprezo pelos direitos dos que não têm voz.
É mais uma prepotência do poder que a todos deve envergonhar.
Passe Curto, publicado na edição impressa de “Record” de 1 fevereiro 2010