É verdade que Cristiano Ronaldo referiu, não por acaso certamente, a marca de equipamento que o patrocina. É verdade que sobre a mesa se via, não por acaso certamente, um livro de uma marca de acessórios de luxo. Mas desiludam-se os puristas que teimam em ver na publicidade o “antrax” que contamina o jornalismo: esse é o preço a pagar para que hoje se possam cumprir determinados objetivos.
No dia em que o jogador – nesse dia, sim, porque até a data da publicação foi acertada com ele – só não deu entrevistas a quem estupidamente lhe ignora os méritos, Judite Sousa conseguiu o trabalho mais sensível, intimista e até perturbador com Cristiano. Em casa do entrevistado e por sua iniciativa, um gesto solidário e familiar no regresso à ação da brilhante jornalista da TVI.
O tom franco e coloquial, a inteligência das perguntas com a sua visão “exterior” ao fenómeno futebolístico e a espontaneidade das respostas deram-nos o melhor Cristiano e devolveram-nos em alta, mesmo com tristeza nos olhos e amargura na voz, o indiscutível talento de Judite.
Antena paranoica, CM, 30AGO14
Judite Sousa: um regresso brilhante
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