A SIC levou a efeito mais uma entrega dos Globos de Ouro e transformou as Portas de Santo Antão num Little Hollywood para a receção das estrelas. Creio já aqui ter salientado, em anos anteriores, que uma iniciativa desta natureza, ainda por cima nos tempos que atravessamos, se reveste da maior importância para os artistas. E como sucedeu em outras edições também a ausência de grande número de nomeados se torna difícil de explicar, mesmo tendo em conta a concorrência estupidamente exacerbada, as rivalidades pessoais e os odiozinhos de estimação em que somos mestres.
É verdade que a SIC transmite a cerimónia dando excessivo protagonismo à plateia e aos seus colaboradores, até aos banais, acentuando assim o caráter restrito de um evento que devia ser mais “aberto”. Mas isso não justifica que tantos profissionais não prestigiem uma das raras oportunidades de exaltação do mérito artístico que temos entre nós e não deem a cara para dizer: “Estou aqui. Obrigado por reconhecerem que sou bom”. Para vistas curtas sabe-se como é o remédio: não há.
Antena paranoica, CM, 24MAI14