Sempre que há uma estreia, como aconteceu agora com “The Voice Portugal”, o foco aponta-se ao júri e à sua capacidade para dar dimensão ao programa. E tal como a TVI, com “Masterchef”, também a RTP acertou na escolha, um misto de irreverência e conhecimento, popularidade e talento. Mas não são só os jurados que fazem o êxito de um concurso, há que selecionar com o mesmo cuidado os outros protagonistas.
No caso de “Masterchef Portugal”, o casting não reservou o “direito de admissão” e a cozinha parece por vezes inundada pelo caldo de labreguice da “Casa dos Segredos”. Desde o cromo da “cremalheira” imprópria para grandes planos a meninos que largam palavrões, escorrem suor ou se sentam no chão, o que não faltam são exemplos de crivo largo e ausência de pedagogia.
Até a realização se deixa ir, permitindo o que no “Masterchef Australia” se proíbe sob pena de prisão: talheres à vista depois de utilizados para provar a comida e bancadas caóticas, mais sujas do que o necessário, ao longo de toda a elaboração dos pratos. Se a ASAE lá entra…
Antena paranoica, CM, 5ABR14
Caldo entornado no Masterchef Portugal
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