Paulo Portas não podia ter tido mais azar: o congresso do CDS caiu no “intervalo” de dois acontecimentos que polarizaram as atenções: a morte de Eusébio, com ondas de choque nos dias seguintes, e a Bola de Ouro conquistada por Cristiano Ronaldo, que “colou” a expetativa dos dias anteriores à emoção criada pela partida do “King”. Como se não bastasse, um Benfica-FC Porto aterrou-lhe também em cima.
O problema não existiria se os canais de notícias e as estações com pretensões a serem consideradas de “referência” não estivessem hoje tão dependentes do futebol como principal gerador de audiências e dessem às habilidades da política o relevo de tempos idos. Mas não, tivemos até um telejornal “sério” a dedicar os primeiros 49 minutos (!) à proeza de CR7 e à repetição exaustiva de tudo o que já se sabia.
Pior do que essa rendição talvez só a daquele pivô muito intelectual, declarado inimigo da informação “cor de rosa”, às voltas com a “infidelidade” de François Hollande. Moral da história: eles falam, falam mas acabam por lá cair como tordos.
Antena paranoica, Correio da Manhã, 18JAN14
Eles falam, falam mas lá vão cair
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