O Apito Dourado foi um tiro de pólvora (quase) seca que ficou atravessado ao Ministério Público. Muitos fumos de corrupção – ainda que uma “brincadeira” se comparados com tudo aquilo que se sabe hoje de outros forrobodós – e poucas certezas, raras conclusões, e condenações a contar pelos dedos de uma mão.
Agora, partindo do caso de um “prémio” por vitória, ou empate, que a lei não criminaliza, o MP procura saber se o braço que incentiva pode ser o mesmo que tenta corromper.
Não acredito que os magistrados que investigam mais esta trapalhada o façam por sentimento persecutório, nem essa pode ser a lógica de quem persegue a verdade. Mas também nada me repugna que isso possa acontecer porque noutros casos tudo lhes fugiu por entre os dedos.
O futebol nada perde, só ganha, com a polícia por aí a cheirar. A ameaça de cadeia ainda é o melhor travão para a atividade criminosa dos batoteiros da bola. E dos outros.
Passe Curto da edição impressa de “Record” de 27 Janeiro 2010