O jornalista Fernando Dias, memória da redação de “Record”, acrescenta um dado curioso ao texto que publiquei aqui há dias, intitulado “Um mistério de… 1927” e relacionado com a escolha do nome do jornal.
Essa não terá sido uma escolha consensual, já que os fundadores se encontravam divididos. O maratonista Manuel Dias, vendedor de jornais, gostava mais de “A Meta”, enquanto Fernando Ferreira, professor de educação física, preferia “Record”.
Manuel Dias teve então uma grande ideia. Como naquele tempo, final dos anos 40, se apregoavam muito os jornais – Lisboa era uma cidade de pregões, do cachucho e do carapau ao amolador – ele começou a misturar nos seus os títulos que lhe interessavam: “Olhó Record!, olhá Bola!”, “olhá Meta, olhó Século!”.
Com esse truque, conseguiu fazer um verdadeiro estudo de mercado quando ainda nem sequer se sonhava com isso. E percebeu que muitos potenciais compradores lhe perguntavam “que jornal é esse, o Record?”, e poucos ou nenhuns se interessavam pela “Meta”.
Homem de negócios puro, Manuel Dias cedeu então e permitiu que Fernando Ferreira levasse a sua por diante: ia mesmo nascer o… “Record”.
Na foto acima, vemos, da esquerda para a direita: José Monteiro Poças, Manuel Dias e Fernando Ferreira, os três fundadores de “Record”