A imprensa mundial reuniu-se ontem e anteontem num grande fórum de entendimento quanto ao pé em riste com que Nani atingiu Arbeloa: foi involuntário, pelo que não se justificava a expulsão do jogador português. Concordo.
Mas tal como Astérix, que resistiu aos romanos na sua pequena aldeia da Gália, há sempre alguém que diz não. É verdade, ao contrário do que parecia, não houve assim tanta unanimidade e o apitador turco Çakir recebeu talvez o apoio mais inesperado: veio de Roy Keane, tão insuspeito quanto é certo ter sido o médio irlandês, por sinal bem duro em campo, uma das figuras mais emblemáticas da história do… Manchester United.
O antigo capitão (1997-2005) dos “red devils” argumenta que Nani sabia muito bem, quando entrou daquela maneira à bola, que não havia 20 metros de espaço livre à sua volta, ou seja, que o português conhecia a forte probabilidade de aparecer um adversário a disputar-lhe a bola. E agora?
É por estas, e por muitas outras, que Pedroto dizia que quem vai para árbitro não pode bater muito bem da cabeça.
Passe curto, publicado na edição impressa de Record de 7 março 2013