Chama-se Sebastian Coe, é britânico e foi um atleta notável, meio-fundista, por duas vezes campeão olímpico e “vice” por outras tantas, nos idos de 1980 e 1984. Não anda a receber homenagens de uma sociedade civil envergonhada com o esquecimento dos poderes públicos e é, até, o presidente do comité organizador dos Jogos de Londres. Já era vice-presidente da Associação Internacional de Federações de Atletismo e fora condecorado com a ordem do Império Britânico, pela rainha, que o fez barão.
Perguntará o leitor porque trago aqui Lord Coe quando os protagonistas são hoje, aliás como sempre, os atletas, que procuram, na competição, a glória olímpica. A resposta é simples: porque não vejo Carlos Lopes, Fernanda Ribeiro, Rosa Mota, Fernando Mamede ou Aurora Cunha, para não citar outros. Onde estão, o que fazem, em que são úteis a Portugal e ao nosso desporto? Em nada, em lugar algum. O seu protagonismo natural ofusca pretensões e vaidades.
Em vez deles vejo caras, sempre as mesmas, e uma frustrante ausência de exemplos e de resultados. É altura de repensar a filosofia e de mudar de estratégia olímpica, ou seja, é tempo de utilizar melhor os dinheiros públicos.
Passe curto, publicado na edição impressa de Record de 2 agosto 2012