Deus, que só Ele poderá dar tal garantia, não irá consentir que o Sp. Braga vença o Benfica, num dos confrontos desta época, com um golo de Nuno Gomes. O coração dos benfiquistas não o mereceria e o de Jorge Jesus sofreria, no mínimo, um abalo perigoso.
O problema, para o clube que não soube ou não quis conservar um dos seus jogadores mais emblemáticos, capitão de equipa nas horas boas e nas horas difíceis – amado nas bancadas, apreciado pelos companheiros, admirado pelas pessoas que sabem como vão sendo raros os bons caráteres –, é que, ao contrário do que alguns desejariam, o goleador está vivo. Há anos, na temporada de 1957/58, vi Arsénio ser o melhor marcador do campeonato, ao serviço da CUF, depois de dispensado pelo Benfica…
Com a convocatória de Quim e Nuno Gomes para a Seleção, Paulo Bento dá, uma vez mais, uma lição de bom senso e maturidade: um jogador de topo só “acaba” quanda deixa de jogar a alto nível. E os dois continuam. E um marca golos. E o outro evita-os. Ai, ai… eu, se fosse Jesus, pedia a proteção de Nossa Senhora.
Passe curto, publicado na edição impressa de Record de 6 agosto 2011