Na edição de domingo publicámos uma notícia, sobre o empréstimo de Canales ao Valencia, que não se percebia. Repetimo-la, por isso, na edição de ontem, mas sem melhores resultados. Quando os jornalistas entendem o que escrevem e não se interrogam se estarão a ser claros aos olhos que interessam, que são os dos leitores, a publicação de uma charada torna-se numa inevitabilidade.
Sergio Canales foi emprestado, por duas temporadas, pelo Real Madrid ao Valencia. Se no final de 2012/2013, os valencianos quiserem o jogador em definitivo, deverão pagar ao Real 12 milhões de euros. Se os madridistas pretenderem ver Canales de volta terão de gastar 18 milhões. Entende-se? Não.
À terceira, tentarei então descodificar o mistério. Se após duas épocas de empréstimo, o Valencia continuar interessado no médio é porque este se valorizou. Mas ter-se-á também valorizado graças ao clube. Por isso, depois de o Valencia ter “entrado” com os 12 milhões de euros para os cofres merengues, Canales só será mesmo dos valencianos se o Real, que garantiu os direitos de recompra, não pagar 18 milhões ao Valencia. Ou seja, o Madrid gastará, de facto, 6 milhões de euros – os 18 que pagará menos os 12 que entretanto recebeu – pelo “novo” Canales que o Valencia valorizou. Certo? Uff!…
Passe curto, publicado na edição impressa de Record de 2 agosto 2011