Perdeu muito o ‘Querido mudei a casa’ desde que deixou de ser apresentado por Gustavo Santos, que conduzia o programa de forma agradável, com o seu estilo empático e extrovertido. Raramente voltei ao ‘Querido’ desde então, eis a verdade.
Ao contrário, nunca fui apreciador de Santos na faceta de autor de livros de suposta auto-ajuda. Primeiro, por não lhe conhecer qualificações e experiência de vida suficientes para avalizar os conselhos que debita. Depois, porque nas ações de promoção do que escreve exibe uma sobranceria que trava qualquer dúvida sobre as suas certezas absolutas. E há dias mal pude acreditar na entrevista que deu ao ‘Júlia’, um púlpito onde somou ao assumido jeito para utilizar testes falsos uma nova máxima a propósito da covid, que é, diz ele, “a maior fraude da história da Humanidade”.
Não que o rapaz seja o único negacionista da ciência – e das evidências – com quem lidamos, e não tenha direito às teorias conspirativas próprias de quem queira ser guru de ideias estapafúrdias. O que se lamenta, sim, é o tempo de antena que a SIC lhe ofereceu para lançar mais confusão na cabeça daqueles que resistem aos pedidos da comunidade para que se vacinem. Que barbaridade, dona Júlia!
Antena paranoica, Correio da Manhã, 22out22