Pedindo desculpa pela pretensão, vou integrar por uns minutos a nata de sábios da tribo que nos últimos dias se têm dedicado à magna tarefa de ‘resolver’ a problemática do plantel do Benfica – uma vez que Rui Costa e companhia de futebol entendem quase nada. Depois de terem vendido Darwin a bom preço e despachado por uns trocos o melhor avançado que lá ficara, Seferovic, os patrões da Luz puseram no mercado o médio mais fiável da temporada passada: Weigl. Agora, além da sequela da eterna novela Vlachodimos, parece que querem igualmente desfazer-se do goleador mais móvel que lhes resta, Gonçalo Ramos, num negócio semelhante aos de Cancelo, Guedes e Bernardo, que saíram verdes e se fizeram maduros longe do Seixal.
A desculpa é o recorrente equilíbrio das contas, ou seja, a vida dos pobres, quando todos sabemos que quem provoca a febre das contratações é a ambição de glória, ou seja, a gula dos ricos, um filme eternamente repetido. Que Rui Costa aprenda com quem sabe – não duraremos para sempre! – e pague os 20 milhões por Ricardo Horta antes que Salvador se arrependa e deixe o Benfica na penúria lá na frente…
Ontem, percebemos melhor Cristiano Ronaldo… Quer sair do United por ficar uma época fora da Champions? Sim, mas também por saber que com aquela equipa jamais regressará à competição onde construiu a sua lenda. Como escreveu, no Twitter, o jornalista inglês Piers Morgan, “o resto do plantel [do MU] não está apto para calçar as chuteiras em termos de qualidade, ética de trabalho, compromisso e vontade de vencer”. Quanto à esperança em Ten Hag, após a derrota em Old Trafford a abrir o campeonato – e vendo a extrema pobreza da exibição e as três-substituições-três que o treinador fez ao minuto 90 (!) – tudo o que se pode dizer a Cristiano é que fuja enquanto é tempo.
Aplausos para Hélder Malheiro e para a ‘pedagógica’ distribuição de cartões pelo banco do FC Porto, useiro e vezeiro – com Sérgio Conceição e Luís Gonçalves a comandarem as operações – nas reclamações por tudo e por nada, mesmo quando o marcador lhes é favorável. Mas algo me faz suspeitar que mais cedo que tarde os árbitros irão começar a ceder à pressão dos ‘donos disto tudo’ e a recuperar as suas velhas orelhas moucas ao palavreado dos ‘indignados’. Se estiver errado, ficarei muito surpreendido! Ainda por estes dias, alguém lembrou, na CMTV, a ‘transformação’ de Bruno Fernandes: quando estava no Sporting, reclamava do princípio ao fim do jogo, e na Premier parece um anjo, mal se dá por ele… Por que será?
Vi dois títulos maravilhosos no site do ‘Público’. Sobre o 4-0 do Benfica ao Arouca: ‘Benfica entra a golear no campeonato’. Quanto ao 5-1 do Dragão: ‘FC Porto não perdoou a displicência do Marítimo’. Sempre a aprender com o jornalismo dito ‘de referência’!
Parágrafo final para Marco Silva, que tive o gosto de conhecer há uns bons dez anos – ai, ai… – quando participou num ‘Estádio Record’. E não o distingo pelo excelente jogo do Fulham, que empatou com um Liverpool acabadinho de ‘cilindrar’ o Manchester City na Supertaça inglesa. Saúdo-o, sim, pelo gesto de simplicidade e afeto ao ter voltado à redação de Record uma década depois, para uma entrevista não já de uma promessa, mas de um treinador com prestígio por essa Europa fora. Chapeau!
Outra vez segunda-feira, Record, 8ago22